Centro Comunitário N. Senhora de Guadalupe – Uruará / PA

– Iniciado em 1983 –

“Salvai a Floresta Amazônica!” Em todas as línguas se escuta este brado. Porém, quem grita: “Salvai os homens da Floresta Amazônica”? Com o intuito de “Ser Irmã do Povo e para o Povo”, em 1983, três Irmãs Franciscanas de Ingolstadt, em sua choupana, no Km 242, em Placas, empenharam-se pela sobrevivência dos pequenos colonos ao longo da Transamazônica e nos travessões, ao sul e ao norte, penetrando até sessenta quilômetros mata adentro. Em 1985 transferiram residência para uma pequena casa de madeira (posteriormente construída em alvenaria), no km 180, da Transamazônica, ao lado da Igreja de Nossa Senhora de Fátima de Uruará, de onde continuam suas atividades apostólicas: Formação de Lideranças, Coordenação da Catequese e Liturgia, e Saúde Alternativa (pelo método Bio-Energético/1994), e mais recentemente, a Pastoral da Criança.

Uruará foi construída à beira da Estrada Transamazônica, que corta a bacia Amazônica de leste a oeste, num clarão da mata, onde foram cortadas todas as árvores, restando só a triste areia cinzenta, a terra dura e sem vida, ressequida pelo forte sol equatorial. Os pequenos colonos não matam a selva, roçam-na apenas com meios simples, fazem até reflorestamento, plantando árvores nativas de cacau; cultivam também pimenta, arroz e milho. É a prática dos grandes latifundiários com imensas pastagens e plantações de soja, madeireiros e serrarias, que não respeitam as leis ambientais.

Hoje, Uruará conta com aproximadamente 50.000 habitantes; é uma típica cidade de fronteira, sem água corrente, sem esgoto, sem aeroporto (afora vários pequenos campos de aviação para aterrissagens em fazendas), nem mesmo uma rodoviária.

Há algumas décadas, Irmã Ângela Sauzen tem feito uma real diferença para as causas dos ribeirinhos e campesinos da Região Norte do Brasil. As Irmãs cansaram de ver os “loggers” pegando madeira onde quer que a encontrassem, incluindo reservas indígenas, terras da União destinadas À Reforma Agrária e terras alocadas a famílias de colonos. 

 A partir de 2007, iniciou, com o Apoio da nossa Associação Cultura Franciscana, um projeto de proteção da Floresta tropical – SEMENTES DA FLORESTA – pelo qual ajuda os pequenos colonos a desenvolver uma alternativa para o corte destrutivo e a queima agrícola. O Projeto consiste em coletar produtos da floresta (castanha do Brasil, sementes de andiroba, cupuaçu, babaçu, ucuúba e copaíba), para fabricação de óleos e derivados como: sabonetes, xampus e cremes hidratantes. Os mesmos são vendidos no mercado local e regional. Nenhuma das famílias havia feito algo semelhante antes. Por último foi criada  a “ASSOCIAÇÃO AGRO EXTRATIVISTA SEMENTES DA AFLORESTA – AASFLOR; aos poucos o projeto vai caminhando com os próprios pés, embora lhe falte muito de infraestrutura para o trabalho e comercialização.

Hoje, junto com o sacerdote, as Irmãs atuam na Paróquia N. Sra. de Fátima de Uruará à qual pertencem 72 comunidades, estendendo-se do Km 135 ao Km 224 da Transamazônica. Em todas as Comunidades Eclesiais de Base, as Irmãs formaram, com o povo, um time de liderança que consiste em um coordenador, um ministro da Palavra, um animador da comunidade, líderes da Juventude e Catequistas. Estas lideranças são assistidas por elas, recebem delas material escrito e são formadas continuamente em cursos de Catequese e Bíblia.

Missão do Centro Comunitário Nossa Senhora de Guadalupe

Cuidar da integridade do ser, desenvolvendo uma Ação Pastoral Evangelizadora organizada à luz da Palavra de Deus, das Diretrizes da Prelazia do Xingu, promovendo a formação de lideranças, atuando junto às famílias, comunidades e setores, por meio de ações pastorais, sociais e do cuidado da saúde.