15.02.2018

Sexta-feira de Cinzas

Jesus

“Dias virão quando o noivo lhes será tirado…”

( Mt 9,14-15; Is 58,109; Sl 51)

Preparar a oração e meditar Mt 9,14-15 à luz dos pontos a seguir.

Graça. Diante do noivo Jesus Cristo, pedirei: “Que eu tenha ouvidos para ouvi-Lo nos muitos clamores que ensurdecem me comodismo: olhos para enxerga-Lo nas mais diversas situações da vida; boca capaz de anunciar tantas maravilhas que sua presença me tem feito sentir e perceber; coragem para gritar e denunciar tantos atos de injustiça que privam muitos de participar de seu banquete; coração solidário e sensível como o dele”.

A metáfora noivo, mostrada no texto da oração de hoje, traz à lembrança matrimônio, e este evoca compromisso, aliança. É justamente isso que essa imagem quer nos mostrar sobre a pessoa de Jesus. O noivo enviado pelo Pai nos convida a uma profunda relação de compromisso com Ele e com sua causa. Para tanto, é preciso ter diante dos olhos as muitas manifestações de sua presença que não nos podem passar despercebidas. São como que sinais, mediante os quais somos convidados a estar em comunhão com Ele. O Noivo está presente, mas será tirado! Considere, pois:

+  Estar com o Noivo. Estar afetiva e efetivamente com Jesus é condição para ser discípulo(a) conforme Seu coração. Em sua escola, não interessa ao discípulo, nem pode lhe interessar, outra coisa que não seja o noivo. Na grande boda que é a vida, muitas são as oportunidades que temos de sentar com Ele e nos deliciarmos dos ricos manjares oferecidos. É bem verdade que, quando nossa opção não é clara, nos perdemos em tantos pormenores, ficamos nos aperitivos e não aproveitamos o verdadeiro banquete. Um dia “o noivo será tirado” e poderá ser tarde desejar continuar na festa. Sem o noivo, a festa perde sua razão de ser.

+ Estar com o Noivo evoca compromisso. Da mesa para a vida. O encontro com o noivo é o convite de Jesus para uma vida de seguimento desejado, o que não significa uma vida de privações, de puro sacrifício ritualístico, farisaico. Isaias diz que os abastados e piedosos, cuja ênfase está nos preceitos ritualísticos, não entendem por que suas orações não chegam aos céus. O mesmo profeta lhes mostra o que fazer para “conquistar” a Deus. Sem dar resposta pronta, Jesus nos leva a refletir sobre a importância do noivo na festa. Estar com Ele é a possibilidade de ter um coração novo, uma vida de sentido cujo menor gesto está na função da promoção da vida em plenitude, como a quis o próprio Senhor. Isso é possível quando a vida de fé terá em nós compromisso com a vida; com a nossa e a dos outros.

+ O que a presença do Noivo suscita em mim? Considerando que o encontro com Jesus é sempre provocador e olhando sua vida de oração e piedade, pergunto-me em que direção isso tem me conduzido. Penso em uma atitude a ser tomada, em um gesto concreto a ser realizado nesta quaresma. Algo que cause satisfação e alegria pela presença do noivo em minha vida e que consequentemente me ajude a ser presença. Dele na vida dos outros e do mundo. Algo que me ajude a olhar para o outro como irmão.

Colóquio. Na presença de Jesus, conversar com Ele sobre o que este encontro provocou em você e ao mesmo tempo pedir luz para que a atitude desejada e o gesto pensado tenham realmente incidência em sua vida. Rezar com devoção Alma de Cristo. (Retiro quaresmal)