21.08.2021

Seguir a Jesus Cristo como a esposa segue só e unicamente seu esposo (Ef 5,21-32)

Istock

 Na segunda leitura de hoje, a vida familiar dos cristãos é iluminada pelo mistério da relação de Cristo que, pela sua Encarnação, se fez o esposo da Igreja. O mistério dessa comunhão-esponsal fecunda e sacramentaliza também o mistério da união e comunhão do matrimônio cristão. Por isso, a Igreja, como o matrimônio, são dois sacramentos do mesmo mistério. E os filhos que nascem dessa comunhão, tanto eclesial como matrimonial, participam, a seu modo, da graça desse sacramento. Por isso, o sacramento matrimonial faz da família uma Igreja doméstica.

Trata-se de uma comunidade de “chamados” ao seguimento, que se reúne numa casa em que se vive o discipulado no cotidiano das relações humanas conjugais, paterna e materna, filiais. Uma comunidade, portanto, na qual o duplo parentesco, humano e eclesial, se funde numa única comunhão. Por isso, ouçamos bem o que diz Paulo: Este mistério é grande e eu o interpreto em relação a Cristo e à sua Igreja (Ef 6,32). Grande é o mistério do amor entre esposo e esposa. E esse mistério acena para um mistério ainda maior: o amor de Cristo para com a Igreja. Por isso o matrimônio, é um sacramento.

 Sempre importa, como e com São Paulo, repetir que tanto o matrimônio, a família, como a Igreja pertencem à esfera do divino e não do humano. Ambos são obras graciosas, gratuitas, que têm seu princípio, seu crescimento e florescimento a partir de Cristo, através do qual Deus Pai renova todas as coisas. Por isso, nosso Papa Francisco, ao falar da vocação da família, nos exorta a que fixemos nosso olhar em Jesus porque nada há de mais sólido, mais profundo, mais seguro, mais consistente e mais sábio do que esse anúncio e toda a formação cristã é, primariamente, o aprofundamento do querigma (AL 58).

 E diz ainda o Papa: Com efeito, o próprio mistério da família cristã só se pode compreender plenamente à luz do amor infinito do Pai, que se manifestou em Cristo, entregue até ao fim e vivo entre nós. Por isso, quero contemplar Cristo vivo que está presente em tantas histórias de amor e invocar o fogo do Espírito sobre todas as famílias do mundo (Idem, 59).

Frei Dorvalino Fassini, OFM