Estamos encerrando o mês de outubro, dedicado às missões, ao longo do qual recordamos o trabalho missionário da Igreja aqui perto e longe de nós: trabalho sempre necessário, pois faz parte da natureza mesma da Igreja de Cristo. Nossa igreja, ou é missionária , ou não é de Cristo; Ele quis que ela fosse missionária…
Por esse motivo, os papas têm insistido sempre na necessidade de apoiar o trabalho dos missionários que partem para longes terras ,onde a Igreja ainda está pouco presente. E incentiva as vocações sacerdotais e religiosas com carisma missionário. Também aqui precisamos apoiar e incentivar as vocações missionárias. Em São Paulo temos o seminário Redemptoris Moter, da Arquidiocese que tem o objetivo de formar padres diocesanos missionários. Apoiemos esse Seminário!
Mas nossa Igreja em São Paulo precisa, aqui mesmo, de urgente renovação no espírito e na ação missionária. A Conferência de Aparecida (2007) nos recomendou ir além da mera ”pastoral de manutenção” e fazer uma pastoral de cunho e estilo missionário.
E o Papa Francisco pediu isso mesmo também à Igreja do mundo inteiro na sua Exortação Apostólica Evangelli Gaudium (2013). Nossa Arquidiocese está se preparando para celebrar o sínodo arquidiocesano, a partir de janeiro de 2018; entre as metas do sínodo está justamente esta: promover uma verdadeira “conversão missionária” em cada uma das paróquias, comunidades e organizações eclesiais. A preocupação missionária precisa estar presente em tudo aquilo que a Igreja é e faz; e não pode ser apenas alguma ação isolada e esporádica. E isso precisa de uma mudança de mentalidade (“conversão”) dentro da nossa Igreja.
A renovação missionária da Igreja é crucial: se ela não acontece, a tendência será o envelhecimento e a perda do dinamismo da Igreja. E isso não seria nada bom! Que o Espírito Santo nos ajude e ilumine na celebração do nosso sínodo arquidiocesano, para que demos passos decisivos nessa direção.
Cardeal Odilo P. Scherer (Arcebispo de São Paulo).