17.03.2022

QUINTA-FEIRA – da 2ª. Semana da Quaresma

“Entre nós e vós existe um grande abismo.”

( Lc 16, 19-31; Jr 17,5-10; Sl 1)

“Este é o meu Filho muito amado, escutai-o”. Jesus é o Mestre que nos ensina os caminhos certos da vida verdadeira. O que aprendemos com os textos propostos para nossa oração de hoje?

  • O ser humano tem um destino transcendente. A vida nos foi dada gratuitamente e é um dom que nunca nos será tirado, pois nos foi dado para sempre. O mistério central de nossa fé situa-se na morte e ressurreição de Jesus, como afirmamos em cada Eucaristia: Eis o mistério da fé…” anunciamos Senhor a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição”. Como o Pai ressuscitou seu Filho Jesus e Ele está vivo para sempre, vai ressuscitar-nos também na nossa morte para a vida eterna com Ele. É o que proclamamos também no credo: “Creio na ressurreição da carne a na vida eterna”.
  • Somos responsáveis pela nossa vida terrena. No uso da nossa liberdade, podemos tomar caminhos que nos levam à vida ou à morte eternas, como nos dizem o Salmo 1 e Jeremias 17,5-10. De um lado há modos de viver a vida, no seguimento de Jesus, que nos levam na direção de um crescente amor a Deus e ao próximo, e há modos de viver a vida que nos fecham no egoísmo, no autocentramento e no orgulho. Os principais obstáculos para nossa salvação eterna estão na ambição de riquezas, de poder e de prestígio e honra que vêm dos homens: “a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro” (1 Tm 6,10_: “Como é difícil para os que possuem riquezas, entrar no Reino de Deus” (Mc 10,23),
  • Na parábola, Jesus nos ensina que há um abismo entre as riquezas e o Reino de Deus, tanto nesta vida, como na vida eterna. O que é reprovado ao homem rico é que ele não vê, não se comove, não partilha sua riqueza com o pobre e sofrido Lázaro, que está bem perto. Entre os dois há um abismo: eles estão fisicamente próximos, mas imensamente distantes, em dois mundos, entre os quais não há comunicação. Ampliando nosso olhar, procuremos ver o abismo que na nossa sociedade separa os ricos dos pobres: condomínios de luxo fechados com muros, ao lado de favelas imundas e sufocantes; concentração de imensas riquezas nas mãos de poucos e miséria, fome, desprezo e humilhação da maioria constituída pelos pequenos e miseráveis. Tal abismo se perpetuará na vida eterna, mas as situações serão invertidas: o pobre Lázaro na glória, o rico opulento nos tormentos.
  • Estou escutando e compreendo o que Jesus está ensinando?  (Reflexões dos Padres Jesuítas)