19.08.2017

Quem é essa Mulher?

Rome, Italy: The church of Saint Agnes Outside the Walls - this painting features the Saint Agnes, who has the lamb under her left arm, introducing her spiritual daughters to Holy Mother. The author was Amelia De Angelis who painted it in 1867.

Celebramos hoje a festa da Assunção de Nossa Senhora. Esse DOGMA foi definido como verdade de fé pelo papa Pio XII em 1950: “É dogma revelado por Deus que a Imaculada Mãe de Deus, a Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória celestial.” Mas a FESTA da Assunção é bem mais antiga. Inicialmente, era a festa da “Dormição” de Maria (não se fala de morte) e da transferência de seu corpo para o paraíso. Em Jerusalém já se fazia nessa época uma procissão ao túmulo de Maria.

As LEITURAS BÍBLICAS relacionam-se com a festa:

1a leitura: Maria, imagem da Igreja. (Ap 11,19a; 12,1-10ab)

O texto descreve a luta incomparável de um dragão pavoroso, símbolo das forças do mal, contra uma mulher indefesa e um frágil menino. Vencerão a mãe e o filho pela intervenção salvadora de Deus. O Canto final: “Agora chegou a salvação” é um convite à esperança. Apesar das forças do mal, o dragão já foi vencido pelo poder de Cristo. Essa “Mulher” representa a Comunidade de Israel, composta de 12 tribos. Mas se aplica também à Igreja e a Maria, de quem nasceu o Messias.

2a leitura: Maria, nova Eva.

Novo Adão, Jesus faz da Virgem Maria uma nova Eva, sinal de esperança para todos os homens. (1Cor 15,20-27) O texto é uma longa demonstração da ressurreição. A Assunção é uma forma privilegiada de Ressurreição. O apóstolo não evoca Maria, mas esta leitura na Assunção, leva a reconhecer o lugar eminente da Mãe de Deus no grande movimento da ressurreição.

Evangelho: Maria, Mãe dos crentes.

Cheia do Espírito Santo, Maria encontra palavras de fé e de esperança: doravante todas as gerações a chamarão bem-aventurada! (Lc 1,39-56)

 * O cântico de Maria descreve desde o começo o Plano de Deus, que prosseguiu em Maria e que se cumpre agora na Igreja.

+ O SENTIDO DA FESTA: uma Mulher SINAL

A primeira e a mais perfeita discípula de Cristo.

A Virgem se constitui em imagem e tipo de Igreja na ordem da fé, da caridade e da união perfeita com Cristo. Maria encarnou em sua pessoa e em sua vida terrena, o ideal de santidade do seguidor de Cristo.

Sinal escatológico da Igreja:

Maria Assunta é figura e primícias da Igreja que um dia será glorificada; é consolo e esperança do povo ainda peregrino na terra. É a Ponte da passagem de Israel para a Igreja.

É um Sinal humano de esperança.

A contemplação de Maria na glória nos faz ver a vitória da esperança. “Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela é consolo e esperança  para o vosso povo ainda em caminho, pois preservastes da corrupção da morte aquela que gerou vosso próprio Filho feito homem, autor de toda a vida.” (Prefácio)

+ Maria é um modelo cristão para hoje?

“A Virgem Maria sempre foi proposta pela Igreja  à imitação dos fiéis não precisamente pelo tipo de vida que levou,  dentro do ambiente em que viveu, hoje superado,  mas sim porque ela aderiu totalmente à vontade de Deus,  porque soube acolher a sua palavra e pô-la em prática,  porque a sua ação foi animada pela caridade e pelo espírito de serviço, porque foi a primeira e mais perfeita discípula de Cristo”. (Paulo VI)

+ Maria sinal do amor de Deus.

Na vida sentimos necessidade de expressões de amor e sinais de carinho, que os outros têm para conosco e que temos pelos outros: uma saudação, um beijo, uma carta, um gesto, um sorriso… Na vida espiritual também necessitamos desses sinais… Cristo é o grande Sacramento do Pai e Maria é o sinal perene e maternal do amor que Deus nos tem em Cristo Jesus nosso Senhor. A festa de hoje é sinal do que Deus prepara para os que são capazes de amar e servir. É a antecipação do que Deus quer doar: a plena felicidade…

Neste mês vocacional, a Igreja também nos apresenta outra pessoa que deve ser UM SINAL DE DEUS no meio do povo e para quem Maria é um modelo a ser seguido: o Religioso e a Religiosa… Como Maria, os religiosos também:

– fazem uma consagração especial: a Deus e aos irmãos…

– devem ser um SINAL de DEUS no meio do Povo…

Esta festa desperta e reforça a nossa ESPERANÇA, porque a vitória de Cristo e de sua Mãe assegura também nossa vitória: nos aponta o destino que Deus quer para todos. E essa vitória será possível se, a exemplo de Maria, formos fiéis à Palavra de Deus, tivemos um coração humilde e estivermos atentos às necessidades dos irmãos… E como Maria foi um sinal de esperança… rezemos para que os religiosos também continuem sendo ainda hoje no meio do povo: UM SINAL DE DEUS…   (Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa – 20.08.2017)