20.12.2017

Oh grandioso mistério!

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A Solenidade do Natal de Jesus nos convida a entrar no coração de Deus para compreender a beleza e a grandeza do Mistério da fé celebrado. Os textos da liturgia são belíssimos e nos ajudam e contemplar e adorar, como fizeram os pastores na noite de Natal: “vamos a Belém para ver o que o Senhor nos fez conhecer!” Foram depressa e viram… (Lc 2,15). Na simplicidade e fragilidade do menino deitado na manjedoura, viram a glória de Deus e o adoraram. Ficaram cheios de admiração e alegria e foram louvando e bendizendo a Deus por tudo o que viram e ouviram (Lc 2,20). O Evangelho de São João nos diz que aquele menino, de fato, é a “palavra eterna de Deus que se fez carne e veio morar entre nós!” Nele, contemplamos a glória do próprio Deus entre nós (Jo 1,14). Ele é o rosto humano de Deus e o rosto divino do homem! Esta é a grande maravilha que celebramos no Natal! A Carta aos Hebreus nos diz que Jesus é a palavra definitiva de Deus aos homens , o próprio Filho de Deus, através do qual o Pai eterno nos fala, a irradiação da glória de Deus e a manifestação da própria realidade de Deus entre nós (Cf Hb 1-3).  São Paulo completa, dizendo que, no nascimento de Jesus, foi Deus quem, na sua bondade e misericórdia abundantes, nos renovou e enriqueceu infinitamente a nossa pobreza humana (cf Tt 3,4-7).  A Liturgia do Natal diz que, pelo Natal, Deus nos concede contemplar, ainda na terra, as realidades que são do céu. No mistério do Natal, céu e terra trocam seus dons: o céu nos dá o que tem de melhor e mais precioso: o próprio Deus. A terra oferece a Deus o que tem de mais precioso: a nossa frágil condição humana! Não é por nada que a Igreja exclama, envolta em admiração e alegria: ”oh Magnum mysterium!” – oh grandioso mistério!

 As expressões da liturgia continuam na louvação de Deus, que “admiravelmente criou o homem e, ainda mais admiravelmente, o renovou e redimiu! E nos fazem suplicar; ávidos do desejo  de entrar plenamente no mistério celebrado: ”fazei que possamos participar da vida divina do vosso Filho, que quis assumir nossa humanidade!” Não é exagero, pois foi para isso mesmo que Ele veio ao mundo para comunicar a todos a sua vida imortal!

Queridos filhos e filhas da arquidiocese de São Paulo desejo que todos experimentem a fé as alegrias do santo Natal. Levem essa alegria a todos os familiares, aos doentes e idosos, às crianças e jovens, aos pobres e desamparados. Vivam essa alegria em suas casas e a difundam a todos. “Deus habita esta cidade! Somos suas testemunhas!”

Feliz e abençoada comemoração do Natal de Jesus! Deus abençoe a todos.

     Cardeal Odilo P. Scherer (Arcebispo de São Paulo)