06.01.2018

O Amor Convive com a Imperfeição

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Os esposos, que se amam e se pertencem, falam bem um do outro, procuram mostrar mais o lado bom do cônjuge do que as suas fraquezas e erros. Em todo o caso, guardam silêncio para não danificar a sua imagem. Mas não é apenas um gesto externo, brota de uma atitude interior.
Também não é a ingenuidade de quem pretende não ver as dificuldades e os pontos fracos do outro, mas a perspetiva ampla de quem coloca estas fraquezas e erros no seu contexto; lembra-se de que estes defeitos constituem apenas uma parte, não são a totalidade do ser do outro: um facto desagradável no relacionamento não é a totalidade desse relacionamento. Assim é possível aceitar, com simplicidade, que todos somos uma complexa combinação de luzes e sombras.
O outro não é apenas aquilo que me incomoda; é muito mais do que isso. E, pela mesma razão, não lhe exijo que seja perfeito o seu amor para o apreciar: ama-me como é e como pode, com os seus limites, mas o facto de o seu amor ser imperfeito não significa que seja falso ou que não seja real. É real, mas limitado e terreno.
Por isso, se eu lhe exigir demais, de alguma maneira mo fará saber, pois não poderá nem aceitará desempenhar o papel de um ser divino nem estar ao serviço de todas as minhas necessidades.
O amor convive com a imperfeição, desculpa-a e sabe guardar silêncio perante os limites do ser amado.

Papa Francisco, in ‘A Alegria do Amor’  (citador.pt/textos)