“Quem dera que tivéssemos morrido pela mão do Senhor no Egito, quando nos sentávamos junto às panelas de carne e comíamos pão com fartura! Por que nos trouxeste e este deserto para matar de fome a toda esta gente?” (Êx 16, 3)
Apesar das panelas de comida, vale a pena ser escravo, não ter autonomia, não poder conduzir a própria vida? A travessia pelo deserto exige que eu deixe coisas para trás, que não servem mais para minha vida – e isso não quero fazer. Guardo mágoas, ofensas, perdas… para fazer a travessia, devo me desvincilhar disso tudo.
Quanto mais difícil e espinhosa a travessia, mais profundo e frutuoso será o encontro com Deus. É no deserto que O encontramos. Ali é o lugar da secura, onde só podemos contar com Ele.
Assumir nossa vida com profundidade e não só na superfície. Quando nos construímos com humanidade, isto vale à pena. Se encontro o sentido mais profundo em minha vida, nos acontecimentos, encontro o Pão da Vida.
Hoje quase tudo é superficial, até a vivência da fé. Vivemos um pouco de cada “religião”, sem viver nenhuma em profundidade, e assim nada sacia a nossa sede de Deus. Neste mês, somos convocados a viver plenamente nossa vocação. Procuremos momentos para nos retiramos ao “deserto” e deixemos que ali, no profundo silêncio, o Senhor sacie nossa fome, clareie nosso caminho.
(Ir. Mírian Simon)