29.09.2020

Crer de verdade e humildemente

São Francisco, na Regra não bulada, exorta a permanecer na verdadeira fé: “humildemente rogamos e suplicamos para que perseveremos todos na verdadeira fé e penitência, porque de outra maneira ninguém pode salvar-se” (Rnb 23,7). A experiência de fé do Santo de Assis permanece iluminadora para a nossa vocação franciscana e é um impulso exemplar a fazer nosso o modo singular como ele viveu a experiência de Deus Altíssimo, Trindade e Unidade, e o encontro pessoal com o Cristo pobre, humilde e crucificado, fazendo do Evangelho a Regra e vida dos Frades Menores.

Na mesma Regra não bulada, no capítulo XXIII, nos oferece uma admirável e profunda profissão de fé eclesial em forma de ação de graças e de louvor. Também através dela Francisco nos convida a perseverar na fé e a crer de verdade e humildemente. Tal fé, que se expressa no honrar e adorar, é estreitamente ligada à experiência do nada mais desejar, nada mais querer, nada mais agradar ou deleitar a não ser o nosso Criador, Redentor e Salvador, único Deus verdadeiro…, o verdadeiro e sumo bem.

Para o Santo de Assis uma tal fé encontra o seu fundamento na Palavra de Deus e na Eucaristia, isto é, na relação com essas duas formas de presença do Ressuscitado. Francisco, quando escuta a Sagrada Escritura, a reconhece como dirigida a ele pessoalmente. Como Orígenes, que dizia que o Evangelho é o Corpo de Cristo, assim Francisco tem uma percepção sacramental da Palavra de Deus. Para ele a Palavra é pronunciada no presente através do sinal frágil das palavras humanas. Por isso, na carta A toda a Ordem, nos recorda o respeito e a reverência para com o Corpo do Senhor, além da veneração pela Sagrada Escritura (cf. Ord 14-16; 34-37).

(…) Na espiritualidade eucarística somos convidados a fazer memória das origens da nossa vocação no encontro com Jesus Cristo e, através de um caminho de oração, penitência e conversão, a “reencontrar o primeiro amor, a centelha inspiradora” da qual nasceu o nosso seguimento (cf. RdC 22). ( Trecho da Carta do Ministro Geral em 2013)

Paz e Bênçãos! 

(Ir. Romana Rossetto)