A mensagem de Lourdes:
Quatro pontos principais da mensagem de Nossa Senhora de Lourdes: a pobreza, a oração, a penitência e a Imaculada Conceição.
A Gruta é, metaforicamente aplicando a imagem, coração do homem. O coração que Deus procura libertar, por seu amor, de todo o barro da miséria, de todo pecado, das ervas amargas.
Bernadete come ervas, beija o chão, bebe da água, que antes de se tornar cristalina é água turva, enlameada.
Beijando o chão da Gruta, Bernadete nos lembra do encontro de Deus conosco, como somos e onde estamos, porque no fundo de nós mesmos há uma fonte de água viva. O coração do homem, ferido pelo pecado, está traduzido nas ervas e no barro: mas no fundo do coração está a vida de Deus, a vida da graça, traduzida na fonte.
Nos tempos de Bernadete, a Gruta era um lugar sujo, escuro, úmido e frio. Era chamada “toca dos porcos” porque para lá iam dormir os porcos que andavam por perto.
Precisamente ali Nossa Senhora quis aparecer. Ela que é toda pureza, toda brancura, sinal do amor de Deus e imagem do que Deus quer realizar em nós.
Existe um grande contraste entre esta Gruta escura e úmida e a presença de Maria, a Imaculada Conceição.
Estamos bem no centro e núcleo do Evangelho: o encontro entre a riqueza de Deus e a pobreza do homem. Jesus, que “vem sentar-se à mesa dos pecadores”, porque, “veio procurar o que estava perdido”.
O fato de que Maria aparecesse numa gruta suja e escura, no lugar dos porcos, é para nos dizer que Deus vem encontrar-se conosco lá onde estamos, em meio de nossas misérias, de nossas causas perdidas.
A Gruta não é somente o lugar geográfico dos acontecimentos; é também um lugar onde Deus realiza sinais para manifestar-nos seu amor. É um lugar onde Deus quer nos transmitir uma mensagem, que não é outra senão a mensagem do Evangelho.
Essa foi a promessa de Deus para Bernadete: Não te prometo a felicidade neste mundo, mas descobrir já aqui embaixo o outro mundo. Nesse sentido, Bernadete foi sempre profundamente feliz aqui embaixo, apesar das dificuldades e padecimentos. Esse é o Reino de Deus, que começa já aqui, em nós.
Perguntaram para Bernadete se a Senhora tinha falado, se lhe tido dito alguma coisa e ela respondeu: “Sim, a Senhora repetia: penitência, penitência, penitência. Reza pelos pecadores”.
Lembremos que “penitência” significa “conversão”. Para a Igreja a conversão consiste, como Cristo o ensina, em voltar nosso coração a Deus e aos irmãos. Estamos no centro da mensagem de Lourdes: a oração e a penitência nos fazem entrar no Espírito de Deus.
Na décima terceira aparição, Maria diz a Bernadete: “Vá dizer aos sacerdotes que se construa aqui uma capela e que venham em procissão”.
Vir em procissão, significa caminhar nesta vida, junto aos nossos irmãos. Em Lourdes, se construíram capelas, para acolher a multidão de peregrinos. Mas estas capelas não são nada mais que os sinais da comunhão, baseada na caridade, à qual todos estamos chamados. A “capela” é a “Igreja” que devemos construir, ali onde estamos. Em nossa família, em nosso lugar de trabalho, em nossa paróquia, em nossa diocese. Durante toda a sua vida o cristão constrói a Igreja vivendo a comunhão com seus irmãos.
Nossa Senhora pediu e Deus continua a nos pedir, através dela, hoje, que continuemos a caminhar em procissão, em comunhão e que continuemos, sem esmorecer, a construir capelas (Templos vivos) construir e edificar a Igreja viva de Jesus Cristo. (Texto Adap. G. Alves da Cunha)