Santa Isabel da Hungria

“Criança repleta de Deus”; noiva aos 4 anos; casada aos 14; viúva aos 20; falecida aos 24 anos, como  Terceira Franciscana. Canonizada em 1237…”

Isabel, princesa da Hungria e duquesa da Turíngia, nasceu em 1207 e encerrou sua vida terrena aos vinte e quatro anos, a 17 de novembro de 1231, em fama de santidade. Quatro anos depois, o papa Gregório IX a elevava às honras dos altares. As etapas de sua vida têm a cor da fábula, mas com autênticas maravilhas da graça e da virtude.

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Santa Elisabeth – Ir. M. Euphemia – Convento do Gnadenthal

Seu pai, o rei André II da Hungria, primo do imperador da Alemanha, a havia prometido como esposa a Luís, Duque de Turíngia, de apenas 11 anos; nove anos depois foram celebradas as núpcias (ele tinha 18 anos e ela, 14), e embora tivesse sido um casamento decidido pelos pais, foi um matrimônio de amor e um feliz entrosamento entre a ascese cristã e a felicidade humana, entre o diadema real e a auréola da santidade.

A jovem duquesa suscitou a animosidade da sogra e da cunhada por não querer ir à igreja adornada com os preciosos atavios da sua casta: “Como poderia – disse candidamente – usar uma coroa tão preciosa diante de um rei coroado de espinhos?” Quando Isabel ficou sabendo da morte do marido (que havia partido em Cruzada e morreu quando estava a caminho da Terra Santa), correu pelo castelo em prantos e a sogra a censurava: “Dizem que é tão virtuosa, como não está aceitando agora o sofrimento?”

Isabel silenciou imediatamente, mas desencadearam-se contra ela sempre mais o mau humor e a animosidade dos cunhados, que não suportavam sua generosidade para com os pobres, chegando até a expulsá-la do castelo. Numa noite fria de inverno; ela saiu, carregando suas crianças pequenas, enfrentando gelo e neve e dirigiu-se até a aldeia. Isabel não encontrou acolhimento em nenhum dos casebres para onde sempre levara tanta comida e amor. Abandonada por todos, na rua, dirigiu-se ao Convento dos Franciscanos, onde foi acolhida; e pediu aos frades que cantassem com ela o solene hino de louvor a Deus, “Te Deum”, para que Deus não pensasse que ela estivesse aborrecida com Ele. Filiando-se à Ordem Terceira Franciscana, prestou absoluta obediência à direção de um rígido e intransigente confessor. E dedicou o resto de seus dias ao cuidado dos pobres e doentes.

Da mensagem do Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Fr. José R. Carballo, OFM:

“Sua mensagem, que a converte em uma figura realmente atual, ganha força em suas duas grandes paixões: a paixão por Cristo e a paixão pelos pobres. Uma dupla paixão que a coloca em perfeita sintonia espiritual e carismática com Francisco. Sua paixão por Cristo levou-a a assumir o Evangelho como sua forma de vida, e a vivê-lo no mais genuíno estilo de Francisco: simplesmente, sem rodeios, em todos seus aspectos espiritual e material. Propósito este que se manifesta em suas atitudes existenciais mais profundas, tais como: o reconhecimento do senhorio absoluto de Deus; a exigência de despojar-se de tudo e fazer-se pequena como uma criança para entrar no reino do Pai – o cumprimento, até suas últimas consequências, do mandamento novo do amor.”

“Ela passou por esta vida como um meteoro luminoso de esperança.

Lançou luzes na escuridão de muitas almas. Levou alegria aos corações dos aflitos. Quem poderá contar as lágrimas que secou, as feridas que cicatrizou, o amor que despertou?”