08.03.2018

“Quem não está comigo é contra mim.” (Lc 11,14-23; Jr 7,23-28; Sl 95)

 

Double rainbow phenomenon in Kashubia ( Kaszuby) district in northern Poland.

 

A passagem de Jesus por este mundo não foi algo espetacular. Mesmo os sinais que ele fazia deixavam as pessoas livres para acolhê-lo ou rejeitá-lo, dependendo da sua abertura ou fechamento ao Espírito de Deus. Jesus nos revela o rosto simples e humano de Deus, que atrai pela via do amor, da verdade e do serviço.

Leio o texto de hoje e observo Jesus, os discípulos, a multidão que os rodeia e um homem mudo. Jesus expulsa o demônio, e o mudo começa a falar. Quais as reações dos presentes? A multidão fica admirada. Alguns, porém, atribuem o milagre ao poder de Belzebu, chefe dos demônios. Outros pedem “um sinal do céu!”

Jesus alega que todo reino dividido será destruído. Como Belzebu vai expulsar seus demônios de alguém? Ele pondera que, se é pelo poder de Deus que ele expulsa os demônios, é sinal de que o Reino de Deus já chegou. A passagem concluiu com uma tomada de decisão diante da sua pessoa e de sua obra: “Quem não está comigo é contra mim; e quem não recolhe comigo, espalha”.

O mundo da fé está repleto de sinais. A tendência humana é escolher os sinais ao nosso capricho, de preferência sinais espetaculares que resolvam nossos problemas. O evangelho de João nunca fala em milagres, mas em “sinais”. É o evangelho dos sete sinais. Os sinais não atraem para si mesmo, mas apontam para algo maior.  O próprio Jesus é sinal ou sacramento do Abbá, do Pai querido. Foi sinal de contradição; sinal de vida para uns, para outros de perdição. O Concilio Vaticano II insistiu na urgência de estarmos atentos aos “sinais dos tempos”, mostrando para onde o Espírito Santo está querendo conduzir a Igreja. Isso supõe uma familiaridade com Deus, uma sintonia com o espírito de Jesus.

O cristão não pode ficar neutro diante de Jesus. A Quaresma é um tempo privilegiado para verificar até que ponto o evangelho de Jesus move nossa vida ou se fazemos média com o espírito do mundo que rejeita Jesus.

Paro e presto atenção aos apelos que sinto para um crescimento pessoal no seguimento de Jesus e no testemunho do Reino. Concluo a oração com um colóquio confiante e anoto as moções que senti.

Graça a ser pedida esta semana: Fazei-nos, Jesus, discípulos e discípulas apaixonados pela paz!