No dia primeiro de janeiro, celebramos a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus e Mãe da Igreja. O Santo que dela nasce será chamado Filho de Deus (cf. Lc 1,35). O Filho, que o Pai desde toda a eternidade gerou, fez-se carne no seio de Maria.
“Nascido de Mulher”, tornou-se “filho do Homem”, sujeito à lei da vida como um qualquer (cf. Gl 4,4). Porque Jesus é verdadeiro homem, Maria é verdadeira Mãe de Deus. A carne, que é o maior obstáculo para a vida sobrenatural, será Nela o instrumento da divina maternidade. Sua carne era destinada a “dar carne” a Deus, dada em seu coração. Quando proclamamos “Maria Mãe de Deus”, estamos dizendo que ela é a Mãe do Filho de Deus encarnado.
Portanto, Maria dá a Deus um corpo humano, pelo qual assumiu a nossa história e nossa condição terrena. O mistério fecundo da paternidade de Deus tornou-se visível na maternidade de Maria. Maria é Mãe da Igreja, Mãe dos filhos e filhas de Deus. Gerando a Cabeça, gerou também os membros do Cristo total, para formarmos um só corpo. Mãe de Cristo segundo a natureza; Mãe dos homens e mulheres segundo a graça. A sua maternidade espiritual começa na Encarnação e termina entre dores no Calvário. Em Belém nasceu a Igreja, de que Maria é Mãe e Primogênita. Virá o Espírito Santo no dia de Pentecostes investir solenemente a Mãe da Igreja no ofício maternal de gerar no mundo outros Cristos. (cf. Paulo Guerra, Celebrar a Festa, Ed. A. O. – Braga, 1988, págs. 173-174)
Maria é Rainha da Paz. A sua missão entre nós é construir a paz proclamada pelos anjos no nascimento de seu Filho. Vamos com Maria e José “ser Jesus”, promovendo a “cultura do encontro”, que desemboca na “fraternidade” (tema do papa Francisco para o 47º Dia Mundial da Paz).
(Dom Nelson Westrupp, scj Bispo Diocesano de Santo André)