A Liturgia desse domingo, vivendo ainda a alegria pascal, apresenta a NOVA COMUNIDADE (a Igreja), que nasce da Cruz e Ressurreição com a missão de revelar aos homens a Vida Nova que brota da Ressurreição. As leituras ilustram essa realidade…
A 1a Leitura descreve a Comunidade cristã de Jerusalém (At 2,42-47)
– É uma “Comunidade de irmãos“, perseverantes:
– no Ensino dos Apóstolos: à CATEQUESE
– na Partilha dos Bens: à CARIDADE.
– nas Celebrações: à LITURGIA: – Orações no Templo e Eucaristia nas casas: “fração do pão”.
– Uma Comunidade que dá testemunho, provocando admiração e simpatia do povo e atraindo novos membros.
* Essa comunidade ideal, descrita por Lucas, quer recordar o essencial daquilo que toda comunidade deve ser: um Modelo à Igreja de Jerusalém e às igrejas de todas as épocas: Uma Comunidade de irmãos, reunida ao redor de Cristo, animada pelo Espírito, que tem a missão de testemunhar na história a Salvação. – Em nossa comunidade, estão presentes hoje esses elementos?
A 2a Leitura começa com um pequeno hino, que bendiz o Pai pela ressurreição de Jesus, que fez renascer a esperança. Deus nos fez renascer pela Ressurreição de Jesus Cristo. (1Pd 1,3-9)Salmo: “Porque eterna é a sua MISERICÓRDIA…” (Domingo da Misericórdia…)
O Evangelho nos apresenta a Comunidade dos Apóstolos. Jesus vivo e ressuscitado é o CENTRO da Comunidade cristã. Ao redor dele, a Comunidade se estrutura e se anima a vencer o “medo” e a hostilidade do mundo. (Jo 20,19-31)
Os APÓSTOLOS estão trancados… apavorados… sem paz… Refletem as adversidades enfrentadas após a crucifixão de Jesus e na época em que o evangelho foi escrito. Mas Jesus infunde confiança.
CRISTO: rompe as barreiras e aparece no 1º dia da semana… – Oferece: – A PAZ… o PERDÃO … torna-os Mensageiros do perdão… – O ESPÍRITO SANTO: “Sopra“: lembra o sopro criador de Deus… – Envia em missão: “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio…” – Exige: FÉ: – Para Tomé que quer ver para crer: “Não sejas incrédulo, mas fiel… Felizes os que creem sem terem visto…” É a única bem-aventurança explícita no evangelho de João.
+ Portas Trancadas: Cristo abre as portas daquela Comunidade… e os envia ao Mundo… A presença de Jesus ressuscitado é fonte de coragem e de paz… E o Espírito Santo dará a força para cumprir sua missão.
+ A PAZ: Jesus oferece três vezes a Paz: “Shallon” (= Paz total). – Dá a Paz aos apóstolos e depois os envia como mensageiros da paz. – Essa Paz, muitas vezes, só é possível pelo caminho do PERDÃO…
+ Por isso, Cristo oferece o Sacramento do Perdão: CONFISSÃO: “Aqueles a quem perdoardes os pecados…” * Pecadores, uma vez perdoados, são enviados a perdoar em nome de Deus. Você já fez a sua confissão Pascal nesse ano?
+ Tomé: afastado da Comunidade, quer provas, segurança: “Ver para crer…”
– Jesus: comprova sua “Divina Misericórdia“, cujo dia hoje celebramos: aceita o desafio e vai ao encontro do apóstolo incrédulo…
– Tomé, voltando à Comunidade, encontra o Cristo Ressuscitado e faz sua profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus”.
* É na COMUNIDADE que encontramos as provas que Jesus está vivo. Quem não participa da Comunidade não ouve a saudação de Paz, não prova a alegria da Páscoa do Senhor, nem recebe o dom do Espírito Santo. Quem não se encontra com a Comunidade não se encontra também com o Cristo Ressuscitado.
– A Tomé e a todos nós, Cristo continua repetindo: “Felizes os que acreditam mesmo sem terem visto…”
+ Tudo acontece no 1º Dia da Semana: É uma alusão ao DOMINGO, dia em que a Comunidade é convocada a celebrar a Eucaristia: é no encontro com que se descobre Jesus Ressuscitado.
– Cada Domingo deve ser uma pequena Páscoa… em que renovamos o nosso Batismo, a caminho da vida Plena…
* O “Nosso Domingo” é de fato “O Dia do Senhor”.
A Liturgia nos questiona:
– A nossa Comunidade é o local do nosso encontro com o Ressuscitado?
– Na Comunidade, somos unidos e perseverantes no estudo da Palavra de Deus, na partilha dos bens e nas celebrações?
– Vivemos a alegria, a fraternidade, o perdão, a paz, que o Cristo ressuscitado veio trazer, ou ainda trancados vivemos o clima de medo?
– Podemos, com sinceridade, dizer, que Jesus é nosso “Deus e Senhor”?
(Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa) – 23.04.2017