25.08.2019

46 ANOS DE PRESENÇA DAS IRMÃS FRANCISCANAS NA AMAZÔNIA.

Na disposição de ser “Irmãs de Todos”, de pobres e ricos, doentes e sadios, crianças, jovens, adultos e idosos, nós, Franciscanas de Ingolstadt, trazemos no coração a herança das Beguinas ou das “Irmãs das Almas”, da “Irmã Franciscana”, da Monja, da Professora, da Missionária. Temos como MISSÃO: Seguir Jesus Cristo Pobre e Crucificado e Misericordioso, como “Irmãs de Todos”, para promover e restaurar a vida, transformando o vale de lágrimas em Vale de Graças.

 (Testemunho da Ir. Adelina pelos 40 anos de Pará) “Chegando ali nesta casa, fomos acolhidas por uma leiga, que estava com um molho de chaves na mão e foi abrindo a casa. Na entrada só estava a grande imagem de Nossa Senhora de Fátima que nos acolheu com seu olhar doce, sereno e amigo, como se estivesse nos dizendo: “Eu vos acolho, abençoo e envio para que moreis nesta casa e cuideis de meus filhos que estão aí à vossa espera. Aqui é vossa Missão!”

 A partir de Puebla, em 1979, e da sagração de D. Erwin Krautler, como bispo do Xingu, em 1981, nascem as Assembleias do povo de Deus, preparadas com a participação das CEBs. É o novo jeito de ser Igreja. Neste contexto demos a nossa grande parcela de colaboração, pelo nosso jeito de ser e agir como Franciscanas de Ingolstadt, na formação de lideranças, animação e organização de novas comunidades e orientação para o ensino religioso e formação pedagógica dos professores.

“Temos certeza que a evangelização e o pastoreio de nossa região devem passar pela solidariedade com os indígenas, os ribeirinhos, os migrantes, os quilombolas e os habitantes dos centros urbanos, bem como pelo respeito ao meio ambiente. Nós, cristãos católicos, temos missão importante nessa caminhada da Amazônia”. (Mensagem de D. Luiz Soares Vieira  CNBB – Discípulos Missionários na Amazônia)

As Irmãs Franciscanas de Ingolstadt estão presentes na Prelazia do Xingu desde 9 de abril de 1973 e sempre atuaram na organização e animação de comunidades eclesiais de base, na formação e orientação de lideranças, na catequese e na liturgia, no trabalho com juventude, na Saúde Popular, na Pastoral da Criança, na Pastoral Afro etc.

(Testemunho) – Sentimos que ao longo destes 45 anos de missão no Pará, fomos e estamos sendo uma presença forte de evangelização. Nosso anúncio foi feito das formas mais simples, como: ensinando as pessoas a traçar sobre si o sinal da cruz, ensinando as respostas da santa missa, a oração do terço… Hoje fazemos uso de computadores e celulares, com os quais projetamos os cantos, enviamos convites para grupos sociais, elaboramos, articulamos e realizamos reuniões, preparamos celebrações usando a Liturgia Diária, rezamos a Liturgia das Horas e o Oficio Divino das Comunidades.

Sempre enfrentamos, junto com o povo, as grandes situações de mudança: na década de 70, a abertura da BR 230, Transamazônica. A partir de 2005, a construção da monstruosa Hidroelétrica de Belo Monte – migrações, bairros inteiros realocados, violência nas mais variadas formas, retrocesso nas ações pastorais e na evangelização. As Irmãs foram presença nos residenciais onde moravam temporariamente os funcionários dos vários setores do CHBM, depois CCBM e por último UHBM.

Deste chão surgiram outras seguidoras para incorporar o Carisma das Franciscanas de Ingolstadt, portando a Bandeira da Cruz: Rosa Maria da Silva, Francisca Gonçalves da Silva, Terezinha de Jesus de Brito, Telma Maria Coelho Barbosa, Marli Leocádio de Paula, Maria Eliane Xavier Eliziário, Adenilda Pimentel e tantas outras que, depois de um tempo no seguimento, se decidiram por outros caminhos.

As primeiras Irmãs que vieram para cá deixaram tudo e se embrenharam na Amazônia, região de povos nativos, de desafios ambientais e culturais, marcados por muitos conflitos. Mas nunca perderam a alegria por entender que a alegria está no levar a todos a consolação que vem de Deus. Diz o papa Francisco: “Temos sempre mil motivos para estarmos alegres. Disponíveis no acolhimento, na formação”. “Não estamos no centro, afirma o Papa, estamos, por assim dizer, “deslocadas”, estamos a serviço de Cristo e da Igreja.” (Alegrai-vos Pg. 23) “Pregai sempre o Evangelho e, se necessário, também com palavras.” ( S. Francisco)

Estamos atuando na Saúde Alternativa, com remédios caseiros, garrafadas, massagens; e no tratamento pelo Bio Energético; nas Terapias Holísticas; nas artes de percussão e danças; no atendimento e acompanhamento de mães e crianças carentes; na formação de lideranças, nas celebrações da Palavra, nos retiros para crianças, jovens e adultos, como administradoras de uma Área Pastoral, que tem são Domingos de Gusmão, como padroeiro.

A Área Pastoral São Domingos de Gusmão é consequência da comunidade São Domingos Gusmão que teve seu começo em casas de famílias para atender cristãos católicos que moravam longe das outras comunidades.  Esta é a Área que será desmembrada da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e entregue às Irmãs Franciscanas de Ingolstadt. É formada por quatro bairros localizados na periferia da cidade de Altamira, três deles com pequenas comunidades.

  • Bairro Bela Vista, Comunidade São Domingos de Gusmão, com aproximadamente 5.650 habitantes.
  • Loteamento Cidade Nova, composto por 3. 000 lotes, 1.000 famílias, aproximadamente 3.000 habitantes.
  • RUC São Joaquim, 951 casas, média de 2.790habitantes.
  • RUC Casa Nova, Com. São João Batista, com 428 casas (moradores afirmam que dobrou o número de casas. Por não ter um terreno, outras casas foram construídas no mesmo terreno das oferecidas pela Norte Energia) média de 2.140 habitantes.

Assim a nova área atenderá aproximadamente 4.260 famílias, com uma média de 13.580 habitantes.

Não há o que temer, abraçar a Bandeira da Cruz é condição para ser Irmã Franciscana neste Chão Sagrado, banhado pelo majestoso Rio Xingu, “Casa dos Deuses”, como discípulas e missionárias na Amazônia.  (Texto – Ir. Terezinha de Jesus de Brito)