02.01.2017

Amor matrimonial

13872558_1736050459989452_429446472_n

  O amor de amizade unifica todos os aspectos da vida matrimonial e ajuda os membros da família a avançarem em todas as suas fases. Por isso, os gestos que exprimem este amor devem ser constantemente cultivados, sem mesquinhez, cheios de palavras generosas. Na família, “é necessário usar três palavras; com licença, obrigado, desculpa. Três palavras chaves.” Quando em uma família não somos invasores e pedimos com licença, quando na família não somos egoístas e aprendemos a dizer “obrigado”, e quando, na família, nos damos conta de que fizemos algo incorreto e pedimos ‘desculpas’, nessa família existe paz e alegria. Não sejamos mesquinhos no uso destas palavras, sejamos generosos repetindo-as no dia a dia, porque “pesam certos silêncios, às vezes mesmo em família entre marido e mulher, entre pais e filhos, entre irmãos”. Pelo contrário, as palavras adequadas, ditas no momento certo, protegem e alimentam o amor dia após dia.

        Tudo isto se realiza em um caminho de continuo crescimento. Esta forma muito particular de amor, que é o matrimônio, é chamada a um amadurecimento constante pois se deve aplicar a ele sempre o que São Tomas de Aquino dizia da caridade:” A caridade, devido à sua natureza, não tem um termo de aumento, porque é uma participação da caridade infinita que é o Espírito Santo (…) E, do lado do sujeito, também não é possível prefixar-lhe um fim, porque, ao crescer na caridade, eleva-se também a capacidade para um aumento maior. Paulo exortava com veemência. “O Senhor vos faça crescer abundantemente no amor de uns para com os outros” (1Ts3,12); e acrescenta “A respeito do amor(…), contentamo-nos em vos exortar, irmãos, a fazer novos progressos” (1Ts4,9;10), sempre mais. O amor matrimonial não se estimula falando, antes de tudo, da indissolubilidade como uma obrigação, nem repetindo uma doutrina, mas robustecendo-o por meio de um crescimento constante sob o impulso da graça. O amor que não cresce, começa a correr perigo; e só podemos crescer correspondendo à graça Divina com mais atos de amor, com atos de carinho mais frequentes, mais intensos, mais generosos, mais ternos, mais alegres. O marido e a mulher “tomam consciência da própria unidade e cada vez mais a realizam”. O dom do Amor Divino que se derrama nos esposos é, ao mesmo tempo, um apelo a um constante desenvolvimento deste dom da graça. (Papa Francisco)